A Coreia do Norte advertiu nesta quarta-feira o Japão que vai responder militarmente caso o país queira procurar os restos do foguete de longo alcance lançado no sábado passado (4) por Pyongyang. O lançamento foi criticado pela comunidade internacional e Japão, junto a Estados Unidos e Coreia do Sul, apelam por sanções no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
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O governo norte-coreano acusa Tóquio de ter destacado navios militares para buscar as partes do foguete que caíram no mar, o que considera um ato de espionagem e uma "provocação militar intolerável".
A primeira parte do foguete norte-coreano caiu no mar do Japão e as outras duas no Oceano Pacífico, informaram no domingo passado (5) o governo japonês e o exército americano --que, desde o anúncio do lançamento, vigiam de perto o foguete.
A Coreia do Norte lançou um foguete --um míssil Taepodong-2-- de três fases com alcance estimado de 6.700 km e afirmou que servia para colocar um satélite de telecomunicações, Kwangmyongsong-2, em órbita. Os Estados Unidos e a Coreia do Sul afirmam, contudo, que nada chegou à órbita terrestre e que o lançamento foi um teste para tecnologia de um míssil de longo alcance.
Washington, Seul e Japão lideram uma campanha para que o Conselho de Segurança da ONU censure o regime comunista pelo lançamento, que violaria a resolução 1.718, aprovada em outubro de 2006 e que recomenda à Coreia do Norte a suspender as atividades relacionadas a seu programa de mísseis balísticos.
Sanções contra míssil
A Coreia do norte alertou ainda o Conselho da ONU, nesta terça-feira (7), que agirá de maneira firme caso a organização aja contra o lançamento.
O regime comunista ameaçou ainda boicotar a conversa internacional de seis partes por sua desnuclearização --iniciadas em 2005-- e retomar os planos de fazer uma bomba de plutônio.
Diplomatas afirmam que a China e a Rússia, principais aliadas de Pyongyang, aceitariam um alerta do Conselho da ONU para que o regime obedeça as resolução da organização, mas se oporiam a uma sanção punitiva.
Imagem da APTN mostra manifestação de dezenas milhares de norte-coreanos pró-governo e a favor do lançamento de foguete.
Os EUA e Japão pedem por uma resolução que expanda as sanções financeiras já impostas --criticadas pela falta de efetividade.
Pequim, o mais próximo aliado de Pyongyang, teme pela instabilidade do regime do ditador Kim Jong-il, que assume nesta quarta-feira seu terceiro mandato consecutivo. O governo chinês já afirmou que a reação da ONU deve ser "cuidadosa e proporcional".
O ministro de Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, afirmou que a ameaça de sanções contra a Coreia do Norte são "contraprodutivas".
A Coreia do Norte afirmou que tem direito a enviar o satélite, que estaria em órbita tocando músicas revolucionárias como parte de seu programa espacial pacífico.
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