O ataque ocorreu nesta sexta-feira, quando o grupo separatista FLEC (Frente para a Liberação do Enclave de Cabinda) metralhou o ônibus da delegação togolesa. "Estamos no hospital. Fomos atacados como cães e tivemos que nos esconder por 20 minutos debaixo dos assentos para evitarmos as balas", afirmou Dossevi. "A polícia respondeu. Parecia uma guerra", disse o avante.
O zagueiro Richmond Forson também relatou o incidente. "Houve uma emboscada, a 300 metros da saída da alfândega em Angola. Durou uma meia hora. Os soldados que nos escoltavam conseguiram afastar os terroristas e nos escoltar até o hospital", disse Forson, que também conseguiu identificar os jogadores alvejados.
"Nosso goleiro (Obilalé) foi atingido nas pernas. Serge Akakpo foi atingido no rim e perdeu muito sangue. Seu estado é grave. E nosso assessor de imprensa foi ferido no braço. Eu o enfaixei no ônibus", afirmou.
De acordo com um jornalista da emissora britânica BBC, o marfinense Kolo Touré, que atua com o togolês Adebayor no Manchester City, teria recebido uma mensagem da namorada do atacante, informando que ele não foi ferido. Segundo o ministro dos Esportes de Angola, o motorista do ônibus da delegação morreu no ataque.
Desistência
O atentado acabou com qualquer pretensão de Togo seguir na competição. "Estamos chocados. Nem queremos mais disputar a CAN. Pensamos nos amigos, nos jogadores feridos", disse Dossevi. "Havia muito sangue no chão. Não temos mais notícias, a não ser que foram transportados ao hospital", completou.
O incidente acontece há pouco mais de cinco meses antes da disputa da Copa do Mundo, que acontecerá também no continente africano, na África do Sul. A segurança é um dos pontos mais frágeis e preocupantes do Mundial.